A Ford melhorou a concepção do motor do novo Ka, que tem previsão de lançamento no início do segundo semestre. Será o três cilindros mais potente do mercado (tem 85 cavalos de potência abastecido a etanol e 80 com gasolina), o motor acaba de ser apontado pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular do Inmetro o mais econômico dentre os veículos compactos equipados com ar-condicionado, sendo classificado com nota A, a máxima.
No comparativo com veículos dos demais segmentos, o motor da Ford também leva a melhor: só não é mais econômico do que o modelo que equipa o Renault Clio. Mas vale ressaltar que este foi avaliado pelo Inmetro sem o ar-condicionado. Outro ponto a levantar é que, enquanto o motor da Ford já foi homologado pelo Proncove L6 (legislação de controle de emissões de poluentes mais atual), o da Renault foi baseado na Proncove L5 e precisará ser homologado novamente em breve.
Segundo o Inmetro, o consumo médio do compacto da Ford (nas versões SE e SL, com ar-condicionado) na cidade é de 8,9 km/l abastecido a etanol e de 13 km/l a gasolina. Na estrada, o modelo faz em média 10,4 km/l com etanol e 15,1 km/l com gasolina.
Em MJ/km, unidade usada pelo Inovar-Auto para medir a eficiência energética dos veículos, a média de consumo do novo Ka é de 1,56 MJ/km. O resultado supera com folga a meta média exigida pelo novo regime automotivo para 2017, de 1,76 MJ/km. Isso significa que, considerando apenas o Ka, a Ford não só atende ao programa, como também poderá abater dois pontos porcentuais extras de IPI, por ultrapassar o objetivo previsto. Em valores, para cada carro de cerca de R$ 30 mil, cada ponto reduzido deixam de ser cobrados R$ 300 de IPI. Sendo assim, a Ford economizaria R$ 600 de imposto por cada Ka entregue.
TECNOLOGIAS
Segundo Volker Heumann, gerente de motores da Ford, a combinação de tecnologias levou o novo propulsor a chegar a estes resultados. Uma delas está no bloco de ferro-grafite desenvolvido pela Tupy, que apesar de ser 10 quilos mais pesado do que o bloco de alumínio do Volkswagen Up!, tem paredes finas e resistentes. O engenheiro explica que o ferro retém mais calor e, assim, proporciona melhor eficiência térmica. Outro diferencial está no sistema de partida a frio, que diminui o consumo.
Mas as inovações não se restringiram ao motor para conseguir o baixo consumo do veículo. Klaus Mello, gerente de engenharia de veículos da Ford, diz que também houve preocupação com outros aspectos. “Foi incluída direção elétrica para as versões SE e SL, o câmbio tem escalonamento amplo, os pneus (Cinturato da Pirelli) são de baixa resistência (ao rolamento), o ar-condicionado e o alternador têm alta eficiência, e o desenho aerodinâmico do veículo (com coeficiente de arrasto de 0,34) colabora para eficiência energética.”
Por enquanto, a Ford submeteu apenas as versões do hatch com ar-condicionado ao programa voluntário do Inmetro. A montadora ainda faz mistério de quando vai lançar oficialmente o veículo no País. O lançamento é esperado para agosto. O Ka sedã deve estrear no Salão do Automóvel, em outubro.
Um gerente da Ford me disse que ele vai ser lançado na Final do Superstars da Globo como prêmio. Deve acontecer em agosto.