Brasil é o 4° país que mais vende carros no mundo

A empresa de consultoria JATO Dynamics do Brasil divulga levantamento do setor automotivo com os dados de veículos vendidos mundialmente em janeiro de 2014. Os números apontam que o Brasil segue na quarta posição entre os países que mais vendem automóveis com alta de 1,0%, nas vendas do mês em relação ao ano anterior. A China continua liderando o mercado, com crescimento de 7,6% se comparado ao mesmo período de 2013, seguida de Estados Unidos e Japão.

Entre as fabricantes de automóveis, a Volkswagen aparece na 1ª colocação com 526.299 veículos vendidos entre os 22 países pesquisados, alta de 3,03%. A Toyota segue em 2º lugar com 6,88% de veículos a mais se comparado ao mesmo mês de 2013, enquanto a Ford também manteve sua colocação e crescimento de 2,84%. Honda e Wuling são os destaques entre as dez primeiras, aumentando suas vendas em 25,44% e 12,31% em janeiro, respectivamente, se comparado ao ano anterior.

Pesquisa aponta desejos dos consumidores na escolha dos carros

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GfK, empresa especializada em pesquisa de mercado, realizou um estudo sobre mudanças nas atitudes e comportamentos dos consumidores que devem influenciar na escolha dos carros no futuro.

O resultado deste trabalho cita uma série de tendências, entre elas segurança e satisfação. “Em todo o mundo, o consumidor quer pagar mais por produtos e serviços que façam com que ele se sinta mais seguro, não só fisicamente, mas com ‘paz de espírito’. As empresas terão de provar que podem oferecer isso”, afirma o líder global do setor automotivo da GfK, Don Deveaux. “Como boa parte do tempo é passada dentro do carro, é preciso pensar em como tornar essa permanência mais agradável, oferecendo recursos que diminuam o impacto do ato de dirigir sobre o corpo e a mente, como bancos com massageador.” Embora já disponível, o recurso se restringe a modelos com preço elevado. 

Devaux diz também que as pessoas querem se conectar com outras que tenham gostos em comum. “Uma ideia é que as fabricantes apoiem a criação de clubes e ‘aventuras’ onde os proprietários participem de atividades trocando histórias sobre seus veículos, como fez a Jeep com os entusiastas do jipe (…) A necessidade que o consumidor tem de cocriação é algo que as empresas também devem levar a sério. Ele quer um carro que reflita quem ele é”, diz o executivo, citando a possibilidade de mudanças na iluminação, firmeza do assento, música e cheiros, entre outros fatores. 

O estudo da GfK mostra que a divulgação de informações boca a boca entre os consumidores tende a se fortalecer. “As empresas podem criar e estimular comunidades privadas. A Mercedes-Benz nos Estados Unidos criou e alimentou a própria comunidade, com membros que formam a próxima geração de proprietários de Mercedes-Benz para obter retorno sobre pontos como desenho e estilo dos automóveis e também para gerar entusiasmo, interesse e lealdade pela experiência compartilhada de cocriação e acesso vip a seus principais desenhistas e projetistas de produtos”, diz o executivo. 

PREFERÊNCIAS DO BRASILEIRO

De acordo com a diretora da área automotiva no Brasil e líder na América Latina, Meire Waki, os brasileiros tendem a enfatizar seu poder de compra e se mostram dispostos a migrar de marca caso não fiquem satisfeitos com um produto ou serviço. 

Satisfação é percepção. Brasileiros buscam novas experiências com as marcas que propiciem diversão e entretenimento: 47% dos consumidores daqui dizem que estão sempre em busca de novidades e diversão, mesmo em produtos do dia a dia, uma demanda acima da média global (31%) e norte-americana (32%)”, afirma Meire. 

Para a GfK, os brasileiros conhecem cada vez mais o custo real dos produtos e buscam o melhor retorno para seus gastos. Querem exercer o direito de escolha, ter flexibilidade para decidir sobre os itens do veículo e montar o produto que desejam, sem pagar por supérfluos. Mas também são consumidores que gastam um pouco mais quando percebem valor no produto. Essa visão deve ser comunicada pelo segmento automotivo, por exemplo, oferecendo pneus que durem mais ou que sejam resistentes a furos, mesmo que custem um pouco mais. 

O fator marca continua sendo importante para os brasileiros. Enquanto a média global fica em 20% dos entrevistados, no Brasil é de 32%. Nos Estados Unidos esse índice cai para 11%. Qualidade é prioridade para os brasileiros: 45% preferem ter menos itens, mas de melhor qualidade, ante 39% dos consumidores globais e 34% dos norte-americanos. 

A pesquisa demonstra que no Brasil, mais do que na média mundial, os consumidores se importam com o meio ambiente e esperam que governo e indústria assumam a liderança sobre esse tema. Diante da frase “As empresas devem agir de forma responsável com o ambiente”, 83% dos brasileiros disseram concordar. Na média global, esse índice foi de 74%. 

“Ser ‘verde’ é símbolo de status. Esse fator será cada vez mais importante e se tornará básico”, acredita a diretora da GfK, citando o emprego de revestimentos internos feitos com garrafas PET recicladas e a substituição do aço pelo alumínio para a produção de veículos mais leves e que consumam menos combustível.